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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ser mulher...

Volta e meia me pego pensando sobre o papel da MULHER...
muitas vezes já me perguntei: Porque nasci mulher? Me identifico tanto com o pensamento masculino, admiro a liberdade masculina, a força física, a beleza rústica e fácil...
Amo ser mãe de meninos... tão simples, mais fácil, mais prático... o homem tem a clareza de ir direto ao assunto, de buscar resolver os problemas, de ser doce e acolhedor mesmo sendo forte e objetivo...
Nós mulheres, ao meu ver, somos muito complicadas... queremos, mas queremos que os outros adivinhem caso contrário não tem graça... falamos muito e agimos muito pouco... gastamos muita energia e tempo tentando desvendar os pensamentos dos outros quando muitas vezes não temos claros nem os nossos pensamentos e sentimentos... muito dramáticas e pouco práticas...
Ok! é desabafo sim... Fomos criadas desta forma, com essas expectativas... e tudo isso me cansa!
O papel da mulher anda sobrecarregado... muita sensibilidade para muitas tarefas = sobrecarga!
Onde está escrito que devemos ser perfeitas? Lindas, magras, jovens? Fico me perguntando porque as mulheres solteiras querem tanto casar e as casadas queixam-se dos seus casamentos? Porque temos que ter filhos? e porque não ter? Temos realmente escolha em uma sociedade que sutilmente estimula o pensamento de que a mulher só se realiza plenamente na maternidade? Será verdade? Da eterna responsabilidade, das noites em claro, do simples fato de nunca mais priorizar-se em nada... ninguém fala... mãe sente culpa em queixar-se do filho, em priorizar o marido, o amor, ou a si mesma... Fico me perguntando porque? Deixar a "carreira profissional"em função dos filhos? Logo surge um comentário: Você vai se arrepender! Priorizar a "carreira profissional" ao invés dos filhos? Também irão comentar: Você vai se arrepender!...
Vejo atualmente o papel da mulher como a de uma equilibrista, em uma corda bamba, fazendo um esforço tremendo para que tudo esteja em seu lugar... e que lugar é esse?
Qual a saída?
Acredito que quanto mais em paz estivermos com as nossas reais escolhas mais acertadas estaremos em nosso caminho...
Beleza, feminilidade, sedução, sensibilidade não devem ser vistas como fraqueza e sim como força...
Para que perder tempo e energia com queixas e culpas... Todo dia é a possibilidade de um novo começo, novas escolhas, novas narrativas...
As escolhas mais acertadas são aquelas que nutrem alma e coração, deixam o peito mais leve, a respiração mais profunda, o corpo cheio de vida!

 

Lendo sobre os Celtas e já com todos estes questionamentos me peguei lendo sobre o papel da mulher na sociedade Celta, não sei o quanto disso é realmente real, mas para mim faz muito sentido atualmente.
 "O conceito celta da mulher se diferenciava do que tiveram os gregos e romanos. As funções que desempenhava rompiam padrões. A impressão geral que se obteve da mulher celta de antigamente, foi que ocupou um privilegiado lugar, se compararmos com outras mulheres de outras sociedades da época em que viveu. Sua importante função se desenvolveu em "pé de igualdade" com os homens, tanto de direito, quanto de dever.As mulheres celtas foram tão boas guerreiras quanto os homens, muito temidas por sua valentia e força, pois não eram vencidas fisicamente com facilidade. Muito embora a mulher celta fosse uma guerreira, ela se preocupava com a aparência. Trançava os cabelos, usava muitos adornos e até pequenos sinos em suas roupas para atrair a atenção do sexo oposto. Forte, mas feminina, pois sabia que era a única do gênero humano que podia dar vida. Sem descendência, não haveria família, nem clã, nem tribo. Com escassa descendência, sua tribo se tornaria menos numerosa, possuindo menos recursos, menos mãos para o cultivo e para guerra.
“As mulheres de origem Celta eram criadas tão livremente como os homens, A elas era dado o direito de escolherem seus parceiros e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam. Eram ensinadas a trabalhar para que pudessem garantir seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães.
Os ensinamentos:
“Ama teu homem e o segue, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: Amor, companheirismo e amizade.”

Jamais permita que algum homem a escravize: você nasceu livre para amar, e não para ser escrava.

Jamais permita que o seu coração sofra em nome do amor. Amar é um ato de felicidade, por que sofrer?

Jamais permita que seus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca fará você sorrir!

Jamais permita que o uso de seu próprio corpo seja cerceado. Saiba que o corpo é a moradia do espírito, por que mantê-lo aprisionado?

Jamais se permita ficar horas esperando por alguém que nunca virá, mesmo tendo prometido!

Jamais permita que o seu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome você sequer sabe!

Jamais permita que o seu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para você!

Jamais permita ouvir gritos em seus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto!

Jamais permita que paixões desenfreadas transportem você de um mundo real para outro que nunca existiu!

Jamais permita que os outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo!

Jamais acredite que alguém possa voltar quando nunca esteve presente!

Jamais permita que seu útero gere um filho que nunca terá um pai!

Jamais permita viver na dependência de um homem como se você tivesse nascido inválida!

Jamais se ponha linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para admirá-la!

Jamais permita que seus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de você!

Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos, a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de você!

E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade de ser MULHER!!! “

(Autor desconhecido)

Tão lindo... tão feminino...

Meu desejo é de que toda mulher encontre seu caminho, sua realização, sua força interior... seja sozinha ou acompanhada, sendo mãe ou filha, guerreira ou feiticeira... sem culpas, sem cobranças, com amor, liberdade e segurança!
Aí sinceramente acho que ser homem vai ser ainda mais fácil... Rsrsrs...

 

domingo, 2 de maio de 2010

Sobre mulheres que correm com os lobos...


Estou lendo um livro muuuuito bom...
vale cada página...
leitura gostosa de muito aprendizado...
É um livro extremamente feminino, mas de grande lição para homens também, principalmente para os que de alguma forma convivem com mulheres (quase todos não é verdade?), e se interessam em compreender algumas questões femininas tão importantes...
Confesso que é preciso interesse e uma certa sensibilidade... eu mesma anos atrás estive com este mesmo livro nas mãos e não estava preparada para sua leitura e seus ensinamentos... mas agora tudo faz mais sentido... Incrível como tudo na vida tem seu momento... crescimento, amadurecimento... tudo leva tempo e tem um momento certo para acontecer... mas é preciso confiar, acreditar... e isso não é tarefa fácil... segurar a ansiedade, escutar, respirar, paciência, persistência... tarefas para toda uma vida!
Enfim... fica a dica de leitura... eu ando apaixonada pelos lobos, pelas lobas e por este universo feminino, tão selvagem, instintivo, forte e fantástico!


"Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações "psíquico-arqueológicas" nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher."


sexta-feira, 12 de março de 2010

Sobre relacionamentos e saber escutar...










Ontem assisti o filme "Sex in the City"... um filme divertido e terapêutico... fala de relações, relacionamentos, mulheres e suas fases, suas paixões, seus amores, suas angústias... e também sobre conversas e comunicação...
Como as pessoas perdem tempo não se escutando, não se ouvindo...e consequentemente não escutando, não ouvindo o outro...ai, não percebem que o encontro não acontece...porque nenhum dos dois está ali...estão perdidos em sues próprios pensamentos, em suas próprias convicções, em suas verdades e vontades e esquecem que uma relação, seja ela qual for, só existe...se existir o encontro...e para que este encontro aconteça é preciso estar presente...é preciso saber escutar, saber se escutar...
Existe uma sutil diferença entre o ato de ouvir e escutar... ouvir é mais simples e mais fácil, não requer muita atenção...ouvimos e pronto, as palavras foram ditas, estão ali! Escutar requer mais treino, mais sensibilidade, disponibilidade, aceitação...exige um autoconhecimento e uma vontade de conhecer o outro...conhecer o real significado do que foi dito para cada um...
Ouvir pertence ao campo dos sentidos e Escutar exige sentimento...
"A Escuta é muitas vezes silenciosa, escuta–se o não verbal, a entrelinha, o gesto, a atuação...
Ouvir é um ato passivo, que se faz naturalmente. Escutar é ouvir ativamente, prestando atenção no que o outro diz..." (Ana Clara Cenamo)
Mais uma vez, lembrei do querido Rubem Alves... que, para mim, escreve tão bem sobre os sentimentos...sobre o ser humano e suas "paixões"....
Então...ai está mais uma pérola dele:

 Escutatória, por Rubem Alves.

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas – coitadinhas delas – entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise…) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia – a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada…” A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg – citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.” Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico”), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.” Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.” Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.” E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U” definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino…” Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós – como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa – quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto…
 (O amor que acende a lua, pág. 65.)


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