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sábado, 21 de agosto de 2010

Sobre estágios da vida... e padrões de comportamento...



O livro: Sobre a Morte e o Morrer (Elizabeth Kübler-Ross) foi meu primeiro contato teórico com questões da morte...  foi a partir daí que pude entender mais a vida...
A morte, como diz Rubem Alves  é nossa companheira e conselheira silenciosa diária... "a Morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria de viver...."
Bom, falar de morte é falar de vida... conhecer as questões da morte torna as questões da vida mais especiais, importantes e significativas... pequenos momentos, simples encontros, contatos, carinhos...


Enfim... pensando nisso e lendo sobre isso resolvi postar aqui algumas consideraçoes sobre o asunto...
Todos nós em muitos momentos da vida nos deparamos com situações inesperadas , imprevisíveis, difíceis, desagradáveis...
Elisabeth Kubler Ross e Barbara Brennan  em seus estudos encontraram padrões de comportamento frente a situações difíceis como perdas, doença, morte...


Negação e Isolamento: é o primeiro estágio após o contato com a situação inesperada e desagradável, aparece como uma forma de defesa temporária, é o início do processo onde a pessoa pode entrar em estado de choque ou torpor. Esta atitude de negar ou isolar-se não significa que a pessoa não queira ou não se sinta mais aliviada em compartilhar suas angústias com pessoas ao seu redor, é apenas um tempo, uma fase para que ocorra a elaboração do processo...

Raiva: normalmente manifesta-se quando não é mais possível negar o processo de perda, luto, morte, doença, etc... e traz outros sentimentos como indignação, ressentimento e revolta. Este é um dos estágios mais difíceis, pois a raiva se propaga em todas as direções atingindo a todos e muitas vezes sem uma razão plausível para isso... normalmente a pessoa traz junto uma sensação de castigo ou punição... Quando é possível expor estes sentimentos angustiantes a pessoa pode sentir-se aliviada, muitas vezes o medo de enfrentar a situação torna todo o processo mais difícil...

Barganha: é um recurso normalmente utilizado para adiar o inadiável... A barganha consiste em trocas, promessas, chantagens numa tentativa de aliviar uma culpa que existe internamente... " e se eu tivesse feito isso..." " e se não tivesse feito aquilo..." Esta é uma fase difícil e que exige maturidade e reflexão para a elaboração do processo...

Depressão: este é o momento onde se entra em contato com a dor da separação, da falta, da perda e com a impotência diante da morte. É um momento de preparação para a perda do que se ama... Normalmente a família apresenta dificuldade em lidar com este estágio, buscando sempre animar o doente, porém este período de depressão é necessário e benéfico pois permite que exista a possibilidade de aceitação e entendimento deste período difícil... é preciso muita sensibilidade, compreensão e apoio de amigos e familiares pois essa fase só é bem elaborada se houver ambiente adequado para abraçar essas angústias e ansiedades da pessoa em dificuldades ou doente...

Aceitação: este estágio nem sempre é atingido por todos... muitas pessoas continuam em uma luta constante com a situação difícil, perdas, doença ou possibilidade de morte, agarrando-se a falsas esperanças, tornando difícil a aceitação. Quando alcançado este estágio caracteriza-se por um estado de tranquilidade e paz, onde a pessoa não foge mais do que esta vivendo ou viveu. Pode existir a tristeza pelo acontecido ou pela possibilidade de morte ou separação, mas existe uma possibilidade de despedida consciente, novamente faz-se importante a sensibilidade de amigos e familiares no suporte à pessoa com dificuldades, podendo auxiliar a enfrentar a situação de maneira saudável...

Transformação: este estágio só é alcançado quando todos os demais estágios puderam ser vivenciados e elaborados com profundidade... a reflexão, na maioria das vezes com apoio terapêutico, o apoio adequado de familiares e de amigos torna possível a mudança de um padrão de funcionamento, as escolhas mudam, a consciência muda... a pessoa passa a conhecer-se mais profundamente e passa a entender seu funcionamento frente as situações de sua vida. Estando mais conectada, mais inteira, ela passa a entender suas escolhas, e os resultados das mesmas... Assim torna-se mais consciente e presente, desfrutando de novas possibilidades, novos caminhos...


terça-feira, 2 de março de 2010

Sobre dor e consciência...


Organizando textos e materiais que estou levando para o meu novo consultório, me deparei com esta antiga entrevista, mas de tema tão atual...é da revista Veja (1º de março de 2006) vale muito a leitura e a reflexão:


Não fuja da dor

Entrevista: Steven Hayes

Para um dos psicólogos mais polêmicos dos Estados Unidos, é preciso aceitar a tristeza porque só a  felicidade não é normal...

"As artimanhas que usamos para escapar da aflição nos desviam de nossos objetivos de vida. E é por eles que vale a pena viver"

O psicólogo americano Steven Hayes, de 57 anos, está causando alvoroço entre seus colegas de profissão. Em seu novo livro, Saia de Sua Mente e Entre em Sua Vida, publicado no fim do ano passado nos Estados Unidos, ele rompe com um método em voga na psicologia há trinta anos: a terapia cognitiva, que instrui pacientes a se livrar de seus pensamentos e sentimentos negativos.
Hayes diz que, ao contrário, é preciso aceitar a dor e o sofrimento como parte da vida. Suas teorias causam especial impacto no tratamento de distúrbios como a depressão e os transtornos de ansiedade. Autor de 27
livros e centenas de artigos científicos, nos últimos dez anos Hayes recebeu mais de 5 milhões de dólares do governo americano para avançar em seus estudos. Ex-presidente da Associação de Terapias Cognitivas Comportamentais, ele está há onze anos sem ter um ataque de síndrome do pânico, que o aflige desde os 29 anos. Hayes concedeu a seguinte entrevista a VEJA de sua casa no estado de Nevada, onde mora com a mulher, a psicóloga gaúcha Jacqueline Pistorello, e três de seus quatro filhos.

Veja – Por que o senhor diz que felicidade não é normal?
Hayes – Muita gente tem um conceito distorcido de felicidade. O mais comum é vê-la como ausência completa de dor e como uma seqüência de momentos nos quais a pessoa se sente bem. É fácil preencher a vida com uma série de episódios efêmeros de bem-estar, como sair com os amigos ou beber um bom vinho. São diversões que podem trazer satisfação momentânea, mas na manhã seguinte a vida não estará melhor e não haverá como evitar que aconteçam coisas ruins. Todos sabemos que um dia vamos morrer, todos nós lembramos da perda de um amigo querido, de algum erro que cometemos, de dramas, traições ou doenças. A diferença entre o homem e outras criaturas está na capacidade que ele tem de usar suas habilidades cognitivas para remoer os erros e infortúnios do passado e temer as incertezas do futuro. Por isso o normal é
sentir dor e sofrer.

Veja – Qual o problema em tentar evitar a dor?
Hayes – Ao fazermos isso, acabamos criando uma série de medos e fobias, que aumentam ainda mais o sofrimento. O conceito de que felicidade é como a ausência de sentimentos ruins nos leva a reagir à dor de uma maneira que limita nossa vida. Ou seja, que só piora as coisas. Isso nos deixa menos abertos a estabelecer novos relacionamentos, leva-nos a evitar lugares que tragam lembranças do passado ou situações desagradáveis. Dessa forma, perdemos a oportunidade de um envolvimento real com o que acontece a nossa volta. Isso também nos impede de ir atrás do que realmente queremos. Em casos extremos, como na depressão, quem tenta a todo custo evitar a dor começa a ficar entorpecido. Passa a não sentir nada, apenas um vazio profundo.

Veja – O suicídio é uma dessas formas de fuga da dor ou essa idéia é apenas um lugar-comum?
Hayes – Trata-se da explicação mais plausível na maior parte dos casos.Muitos suicídios são um último esforço para acabar com a própria dor. Em seis de cada dez casos os suicidas deixam escrito, em bilhetes, que não agüentavam mais sofrer. Há uma mensagem nisso tudo: evitar os sentimentos dolorosos é rejeitar a própria vida. Aceitá-los como parte da existência é a  melhor atitude. Até onde sabemos, depois de mortos não sentimos mais nada. E não há vantagem nisso.

Veja – Quando encostamos a mão numa panela quente, o reflexo natural é afastá-la imediatamente. Não está na natureza humana evitar a dor?
Hayes – Em termos. O problema é que estamos vivendo uma espécie de ditadura da felicidade. Aceitar a dor sempre fez parte dos costumes e tradições humanas. Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, existem tecnologia, remédios e terapias para acabar com a dor. Isso não é lá muito sábio. Ao buscar um desses recursos, corre-se o risco de cometer um erro que tornará aquela dor inevitável, transformando a vida em uma espiral infinita de sofrimento.

Veja – O senhor pode dar um exemplo?
Hayes – Imagine alguém que tenha sido traído pelo parceiro no passado e, por isso, só consegue ter relacionamentos superficiais, em que o risco de se magoar é pequeno. Esses relacionamentos servirão para distrair ou para aplacar a solidão, mas nunca atingirão o nível de envolvimento e intimidade desejado. Nesse caso, a persistência do medo de sentir dor acaba tendo um efeito permanente na vida do indivíduo. É como se sua mente sabotasse sua própria vida.

Veja – Que tipo de felicidade se deve buscar?
Hayes – A pessoa deve definir o que realmente quer da vida a longo prazo, descobrir quais são seus próprios valores e viver de acordo com eles. Isso é ser feliz. Para alguns, significa ajudar os outros e sentir-se útil para a sociedade. De nada adianta querer se sentir feliz o tempo todo. Vamos imaginar uma situação de dor extrema: a morte iminente da mãe. O filho está a seu lado para dizer quanto a ama e ouvir o que ela tem a lhe falar. É óbvio que esse não é um momento feliz. Tem, no entanto, um significado valioso para a vida daquele filho. Imaginemos uma outra cena, de aparente felicidade: um homem rindo, dançando, tomando um bom drinque e, no fim da festa, indo para casa com uma loira escultural. À primeira vista, ele está feliz. E se eu disser que essa é a décima vez que ele se embebeda neste mês? E se disser que ele está bebendo para esquecer os problemas em casa, que acabou de conhecer a mulher com quem saiu e não vai se lembrar de nada no dia seguinte? Uma situação aparentemente prazerosa pode ser destrutiva e não
acrescentar nada, em termos emocionais, a seus protagonistas. Nosso conceito de felicidade está ligado a emoções de curto prazo. Essa correlação nunca foi verdadeira.

Veja – Como essa idéia pode ser transformada em tratamento psicológico?
Hayes – Uma etapa da terapia de aceitação e comprometimento, que defendo no meu último livro, consiste em ajudar os pacientes a encontrar seus valores e objetivos. Um dos exercícios que proponho é que eles escrevam seu próprio epitáfio, uma frase que considerem digna de ser colocada em seu túmulo. O resultado em geral é algo próximo de "aqui jaz Sally, que amava muito seus filhos", não "aqui jaz Sally, que tinha uma casa enorme" ou "aqui jaz Sally, que sofria de ansiedade". Ou seja, queremos que nossa vida seja lembrada
pelos valores que seguimos. As artimanhas que usamos para não sentir dor nos desviam de nossos objetivos. E é por eles que vale a pena viver. Nosso trabalho é ir na direção oposta à de nossos medos. Tentamos conseguir, com muito cuidado, fazer o paciente explorar a tristeza, a depressão e a ansiedade que ele sente, para percebê-las e observá-las.

Veja – Não é um processo muito arriscado?
Hayes – O que nós propomos não é tentar mudar os pensamentos ruins, mas que eles sejam aceitos e deixem de influenciar o comportamento do paciente. O processo consiste em se distanciar aos poucos de todos os pensamentos, tantos os negativos como os positivos. O resultado é que as obsessões vão se
diluindo. Em um caso grave, obtém-se sucesso quando o paciente começa a ter consciência do que o aflige. Um paciente psicótico dá sinais de melhora quando muda o pensamento "eu sou a rainha de Sabá" para "eu estou pensando que sou a rainha de Sabá". O segundo passo é o paciente descobrir que tipo de vida quer ter e tentar conquistá-lo, sem permitir que o medo de sentir dor o desvie de seus objetivos.

Veja – Que técnicas o senhor utiliza?
Hayes – Eu ensino os pacientes a identificar seus sentimentos e a tratá-los como se fossem objetos. Uma das técnicas consiste em resumir os pensamentos ruins em uma única palavra e dizê-la alto e rápido por 45 segundos. Aos poucos, a palavra perde seu sentido e o paciente começa a ouvir apenas um ruído. Com isso, ele se dá conta de que não vale a pena se estressar ou acabar com sua vida por causa daquela palavra, daquele ruído. Outras vezes, pedimos para o paciente cantar seus pensamentos negativos ou repeti-los imitando a voz de um personagem de desenho animado. Funciona também na voz  de um político impopular. O propósito não é ridicularizar o paciente, mas fazê-lo notar que se trata apenas de um pensamento. Essa técnica vale para todo tipo de problema, desde memórias desagradáveis, medos, traições, culpa até dependência de substâncias químicas.

Veja – Em quanto tempo os resultados aparecem?
Hayes – Em alguns casos, em poucas horas. Certa vez obtive bons resultados com psicóticos em apenas três dias. Com pessoas que sofrem de alcoolismo ou dependência química são necessárias ao menos 25 sessões. Muitas vezes, a mente insiste em não cooperar. Quando pensamos em algo, a tendência é
julgarmos o pensamento como certo ou errado. O que eu tento fazer é sair desse caminho óbvio. Por isso a mente protesta.

Veja – Quase 20% da população mundial terá depressão em algum momento da vida. Por que essa doença se tornou tão comum?
Hayes – Não é só a depressão. Nas últimas décadas assistimos ao rápido crescimento de uma série de doenças psicológicas. Isso inclui desde os transtornos de humor, como a depressão e o distúrbio bipolar, até os de ansiedade, como a síndrome do pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo e o stress pós-traumático. A explicação é que não sabemos mais lidar com nossas experiências negativas. Muitos depressivos pioram em decorrência de um processo que chamamos de rejeição dos sentimentos: você tenta não sentir o que está sentindo, e o resultado é que sente mais ainda.

Veja – Por que isso ocorre com mais freqüência na atualidade?
Hayes – No mundo moderno esse processo é intensificado por dois motivos. O primeiro é que, com a tecnologia fazendo tudo mais fácil, somos pressionados a acertar sempre e a conseguir tudo o que queremos. Com isso, temos dificuldade em lidar com nossos limites e com os percalços do cotidiano. No
passado, as pessoas aprendiam a se decepcionar e a aceitar suas fraquezas de maneira mais saudável. Basta olhar para as tradições religiosas que antes tinham grande aceitação: os fiéis jejuavam porque essa era uma forma de simular a dor dos antepassados ou de um salvador. O segundo motivo é a ditadura da felicidade superficial, que nada tem a ver com uma vida repleta de sentidos. Hoje você diz às crianças que elas devem se sentir bem de dia e de noite, e se elas não conseguem é porque há algo errado. O resultado é que
elas se tornam incapazes de lidar com o desconforto de uma maneira saudável. No futuro, essas crianças serão mais vulneráveis a problemas de saúde mental.

Veja – O senhor está dizendo que a tendência para querer evitar o sofrimento a qualquer custo é o único fator de risco para a depressão?
Hayes – Não. O histórico familiar conta muito. A propensão à doença é maior quando há casos de depressão, transtornos de ansiedade ou alcoolismo na família. Esses três distúrbios andam juntos, e na raiz de todos eles está a dificuldade em lidar com a dor. Em geral as mulheres tendem a ter mais depressão que os homens. Por uma questão cultural e educacional, elas são estimuladas a agir passivamente ao lidar com emoções negativas.

Veja – Como distinguir depressão de tristeza?
Hayes – Os sintomas da depressão avançam por um período maior, no mínimo por
semanas. Quando está deprimido, o paciente não quer sentir mais nada. A metáfora usada é a de um buraco que se abre no chão e suga todas as suas emoções e energias. Um dos principais sintomas é a falta total de interesse na vida. O indivíduo não quer mais saber de comida, sexo ou qualquer atividade que costumava lhe interessar.

Veja – O que o senhor acha do uso de remédios antidepressivos em combinação com a terapia?
Hayes – Tenho algumas ressalvas aos remédios que não tiveram sua eficácia comprovada, como alguns antidepressivos. A indústria faz bilhões de dólares com esses remédios, e seus resultados muitas vezes são pífios. O Prozac, por exemplo, foi anunciado como uma revolução no tratamento da depressão. Em uma
pesquisa recente, ele teve nos voluntários um efeito apenas um pouco melhor do que o de placebo. Com resultados como esses, o melhor seria tomar pílulas de açúcar em vez de antidepressivos. Outras vezes, combinar remédio e terapia é improdutivo, porque a droga, além de causar dependência, interfere
no que o paciente faz no consultório. Tranqüilizantes contra a ansiedade, por exemplo, prejudicam os efeitos das terapias de exposição, aquelas em que o paciente enfrenta situações nas quais é obrigado a vencer os próprios medos.

Veja – O senhor teve seu primeiro ataque de pânico aos 29 anos. Como isso mudou a sua vida?
Hayes – Eu tive síndrome do pânico e agorafobia. Tinha medo de lugares e situações em que não poderia ser socorrido caso passasse mal. Cheguei a um ponto em que não podia entrar em um elevador, participar de reuniões ou mesmo falar ao telefone. Foi algo realmente doloroso, porque não podia seguir plenamente a vida que tinha escolhido. Dar aulas era um suplício. Meu primeiro ataque aconteceu logo depois de me divorciar e, por isso, não pude ser o pai que gostaria de ter sido para meu filho mais velho. Eu estava
empenhado em uma guerra dentro da minha própria cabeça.

Veja – Como o senhor se curou?
Hayes – Durante dois anos, eu não podia entrar em lugares pequenos nem muito abertos. Tudo o que eu fazia girava em torno da doença. Foi quando me dei conta de que, se não reagisse, ela acabaria enterrando minha carreira. Aos poucos, comecei a aprender a aceitar a dor e a ver meu problema com certo distanciamento. Ter passado por essa experiência hoje me ajuda a compreender meus pacientes. Faz onze anos que não tenho uma crise. Quando a última ocorreu, aprendi a nunca dizer nunca. Sempre digo que ainda não estou curado. Nunca estarei. Sou uma pessoa com síndrome do pânico em recuperação.
É o mesmo que ser um ex-alcoólatra.

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