A ética do Yoga...
Compartilho aqui um pouco do venho aprendendo com minha prática diária de yoga e os estudos na capacitação que venho realizando. Yoga transforma, liberta, reconecta... Pessoalmente quanto mais estudo mais percebo que tenho muito a praticar e a estudar, um conhecimento milenar e sempre tão atual.
Os Yamas, podem ser entendidos como condutas de harmonização do homem social, orientações para as relações com o “mundo externo” na busca de paz e equilíbrio.
Ahimsa (não violência ou não ser agressivo), não matar, não agredir, não ferir, nem causar nenhum tipo de dor, não desejar o mal a nenhum ser vivo (ou objeto). Pode ser entendida como base ou raiz para todas as condutas morais, pois se não desejo e não causo mal a nada nem ninguém posso experimentar sentimentos de bondade, benevolência e equilíbrio.Ser firme em posturas e pensamentos, ter clareza entre o certo e o errado, atenção e certeza aos próprios princípios e não fraquejar frente a opiniões alheias.
Satya (veracidade, sinceridade) refere-se a pensamentos honestos e puros, livres de maldade ou julgamento, pensamentos coerentes levando a ações coerentes, com os outros e consigo mesmo. Quando existe o compromisso com a verdade, nosso coração pode encontrar-se puro e em paz.
Asteya (não furtar, não roubar, não cobiçar) de uma maneira mais ampla significa “não desejar o que não seja seu”, ou seja, não Invejar. Mas o que é de fato meu? O que realmente eu desejo? De que eu realmente preciso? Como sou influenciado pelo meio social? Consciência, autoconhecimento são extremamente necessários.
Sentir-se grato à suas histórias, às suas escolhas e oportunidades, ao que lhe cabe, ao que lhe motiva. Ter a capacidade de apreciação sem apego, entender que cada coisa tem o seu papel e não necessariamente precisa ser seu. Um coração grato consegue enxergar a “divindade” ou “força criadora/criativa” em tudo que existe, em todas as possibilidades, e todos fazemos parte deste Tudo maior, onde existe a plenitude, simplicidade, gratidão e amor!
Brahmacharya (continência, celibato, domínio das energias) tem em seu significado: “fluir com Brahma”. Sendo assim, pelo meu entendimento não vejo este yama como a necessidade do celibato ou uma proibição assustadora, mas como uma necessidade de “controle” sobre os impulsos sexuais. O desejo sexual pode ser visto como uma das maiores distrações, ou forma ilusória de viver, pois é possível perceber o quanto dispersa e dissipa a energia pessoal em buscas por status, riquezas, poder, fama, levando à promiscuidade e muitas vezes a vícios como álcool e drogas.
A busca pelo sexo traz o pensamento para o meio externo e assim a armadilha da ilusão e do desejo. Por ser mulher, acredito que condutas de vaidade exagerada, busca pela juventude eterna, e vida baseada em aparências estão afetadas por esta energia sem disciplina e consciência. No homem, a importância demasiada em conquistas sexuais buscando autoafirmação leva a uma serie de sofrimentos e desgastes.O impulso sexual é algo natural, pertence à condição humana, porém devidamente compreendido e orientado à amorosidade, autocontrole e prática saudável.
Aparigraha (desapego, não possessividade), praticando o desapego, nos tornamos mais livres. Perguntas reflexivas:O que me prende? O que me pertence? Onde está minha âncora ou porto seguro? De que eu realmente preciso? Internamente, tudo que temos é a consciência, consciência esta que é Divina e nos acompanha sempre, além do espaço e tempo. Assim, "Sou livre dentro de mim, onde habita todo o universo, então já me encontro inteiro com o todo!"Saber viver em Verdade, Simplicidade e Amor com sabedoria e consciência.
Os Niyamas podem ser entendidos como a base moral do Yoga. São ações mentais, práticas de “observância”, pensamentos positivos que visam o “bem viver” do homem em seu “mundo interno”.
Saucha: Beleza, limpeza. O conceito de “limpeza”, entendido como “pureza” e “ser puro”, tem seu significado permeado em evitar más companhias, não falar coisas feias, sujas ou impuras, afastar-se de pessoas com vocabulário agressivo, grosseiro ou que possam diminuir o outro, desprezo ao semelhante ou condutas muito centradas no Ego.
Santosha: contentamento. Gratidão onde estou, gratidão até onde posso chegar, gratidão a tudo que já fui, e as mudanças e movimentos diários que me transformam.
Tapas: auto superação, disciplina. Força, esforço, foco, busca por um objetivo. enfrentar desafios conhecidos e desconhecidos com coragem, consciência e sabedoria, e uma vez enfrentados o grande cuidado é com o orgulho e vaidade.
Svadhyaya: estudo dos livros sagrados, estudo de si mesmo. Consciência, autoconhecimento, conexão com o divino.
Ishivara Pranidhana, ou entrega ao absoluto. A confiança plena na existência de um Ser Supremo!
Para mim a leitura e reflexão sobre o tema já provoca mudanças e questionamentos transformadores...
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