Refletir, meditar, observar, viver... divido aqui meus momentos reflexivos...
quinta-feira, 22 de março de 2012
Desenvolvimento infantil 0 a 6 anos!
Tenho uma super amiga que trabalha em uma escola infantil, e assim surgiu o convite para uma palestra sucinta sobre este tema... Acho bastante amplo falar de desenvolvimento infantil, pois a psicologia tem suas várias vertentes teóricas e cada fase tem suas características... Eu amo a infância e suas particularidades... Criança é um encanto, um tesouro, emoções, sentimentos em formação...
Uma grande responsa para os pais, vamos combinar?!!
Então pensei em facilitar e escrever alguns tópicos sobre o desenvolvimento da criança para que a compreensão fique fácil, mas é importante lembrar que é muuuuuuuito mais amplo do que vou abordar aqui ok? Então se algum pai ou mãe identificar algum comportamento inadequado em seu filho ou ficar em dúvida quanto a isso, o melhor a fazer é entrar em contato com a escola em primeiro lugar, conversar com a professora, a coordenadora e depois disso, havendo necessidade, e de preferência em conjunto buscar auxílio de um profissional da psicologia que se dedique a entender o mundo infantil e o meio familiar.
Então vou dividir por fases... vamos lá:
Dentro do útero da mãe o bebê já vem vivenciando diferentes experiências que o acompanharão durante seu desenvolvimento. Sensações, descobertas marcantes, tudo é compartilhado. O feto de 2 meses já percebe o humor da mãe devido aos hormônios que chegam pelo cordão umbilical. Depois do quarto mês, o feto já reage aos sons e ao toque e começa a criar o vínculo afetivo com a mãe. Células nervosas já estão formadas e transmitem impulsos nervosos produzidos pelo tato e audição. Nos últimos 3 meses de gestação o bebê já percebe muito do que ocorre ao seu redor, sensações, toques, som, etc.
O nascimento é a primeira experiência de separação entre mãe e bebê, por isso é importante que seja vivenciado da maneira mais tranquila possível, onde mãe e bebê precisam ser respeitados em suas condições físicas e emocionais.
Atenção aos ritmos do bebê, para que o meio não lhe pareça agressivo.
0 a 2 anos se dá segundo Piaget, período sensório motor (prático). O que é isso? É onde a criança aprende que suas ações estão relacionadas as modificações do ambiente. (manipulação pela ação).
Vou dividir um pouco por meses para explorar melhor o tema:
0 a 3 meses:
Fome e sede são necessidades vitais e por isso precisam ser atendidas.
Amamentação é o ponto central da maternagem, é o que vai ajudar na organização afetiva da criança.
A relação mãe bebê torna-se cada vez mais fundamental e inestimável (mais importante a qualidade do que a quantidade).
A mãe precisa estar realmente disponível ao seu bebê, isso é o que vai passar para a criança que está se desenvolvendo noções sobre o alimento e alimentar-se, abrigo e segurança, amor e confiança.
Nesta fase a criança é um ser indefeso com tendência a um desenvolvimento saudável e cabe a mãe "sustentar" este desenvolvimento, ou seja suprir as necessidades físicas e emocionais deste bebê. Para que isto ocorra da maneira adequada é importante que a mãe identifique-se com a necessidade do filho, reconhecendo o que ele precisa. Desde a forma como a mãe acolhe e segura seu bebê, até a proteção e atendimento as suas necessidades fisiológicas e emocionais.
Esse período que antecede o primeiro ano de vida da criança fala sobre o quanto esta se sente segura e protegida para que possa se desenvolver de maneira livre segura e saudável.
A partir de 1 ano
O bebê passa a ter consciência de si, dos seus sentimentos e dos outros. Segundo Piaget, é onde "nasce” a inteligência já que o bebê passa a perceber tudo e interage com o meio. Objetos, pessoas, situações geram comportamentos e desta forma o bebê vai buscar satisfazer suas curiosidades e vontades manipulando o meio.
É onde se inicia a fase oral: prazer e é identificado pela boca!
2 anos:
Inicio da fase anal, aparecem as tentativas de Controle e Dominação. O prazer é sentido no estômago, intestino, mucosa ano-reto-sigmoideana, controle em segurar e expulsar. As fezes são parte da criança, que ela busca controlar, assim controlando o ambiente e a reação das pessoas.
Fase ideal para deixar as fraldas!!!
Inicio da busca pela autonomia, que deve ser estimulada! Com o andar seguro e comunicação mais clara ela está pronta para novas descobertas e desafios!
EGOCENTRISMO presente, a criança sente-se o centro das atenções do seu mundo, superpoderosa!
Também nesta fase inicia-se a compreensão dos limites, e neste sentido quanto mais clareza melhor, porém de uma forma breve. É bastante comum que birras e raiva apareçam também!!!
Famosa, Adolescência da Infância, ou Terríveis 2 anos, justamente por este conflito interno de Autonomia X Limites! Oferecer poucas opções, limites claros e traduzir os sentimentos da criança podem ajudar muito! Paciência e acolhimento também!
dos 2 aos 3 anos:
A criança está cada vez mais preparada para socialização, é curiosa, o mundo ao seu redor à encanta e ela continua muito observadora. Sua linguagem evolui rapidamente e seu pensamento "fantástico" a faz acreditar em contos de fadas, super-heróis, lendas e "viajar" junto com personagens imaginários.
Seu domínio motor permite que faça algumas atividades sozinha, como ir ao banheiro, escovar os dentes, tomar banho, comer, etc. Sempre em busca de novas conquistas a criança deve ter estímulos motores em suas brincadeiras e atividades imaginativas podem ser interessantes.
Apresenta dificuldade em situar-se no tempo (fica angustiada quando perde a referência interna: horário dos pais chegarem, horários que costuma se alimentar...)
Próximo dos 3 anos a criança começa a estar pronta para interagir com outras crianças de forma lúdica e saudável. Antes disso as explorações do próprio corpo e do mundo ao seu redor são mais interessantes.
Fato interessante: nesta idade, outras crianças são vistas como "objetos para brincar", e passam a ser percebidas somente quando tomam o brinquedo da protagonista. Embora brinquem juntas, inicialmente cada criança brinca sozinha.
dos 3 aos 4 anos:
Através das brincadeiras começam as diferenciações Masculino X Feminino. Descoberta dos órgãos genitais ( prazer na zona genital) e curiosidades são comuns nesta fase (é o momento onde a criança passa a observar mais o corpo do adulto, as diferenças, surgem perguntas a respeito disto). Exploração e manipulação causam prazer e devem ser respeitadas.
É a partir dessa idade que começam a surgir os primeiros amigos e colegas verdadeiros. Geralmente possuem a mesma idade, sexo, interesses, moram perto, são filhos de pais amigos ou estão na mesma classe pré-escolar. Quando juntas, as crianças estão felizes e não se separam; quando distantes, sentem falta da companhia da outra. Também é interessante perceber como as crianças mudam rapidamente de estado de humor. Uma hora "estão de mal" com o amiguinho, no minuto seguinte brincam juntos novamente. Um adulto responsável por perto observando, sem interferência, auxilia para que estas tentem lidar sozinhas com a questão. Se não derem conta, poderão pedir ajuda.
dos 4 aos 5 anos:
Início do chamado Complexo de Édipo: sentimentos de rivalidade e desejo em relação aos pais, busca por identificação com o genitor do mesmo sexto e desistência e afastamento do amor do genitor do sexo oposto, são fatos marcantes e experiências importantes que só terão resolução na adolescência no exercício de escolha do (a) parceiro (a).
Em relação ao desenvolvimento psicológico, pode-se dizer que a IMAGINAÇÃO flui continuamente, surgem muitas dúvidas e as perguntas, "como?" e "porque?" são frequentes. Tudo interessa, tudo é questionado. A criança continua muito observadora, mas mostra-se muito inquieta, normalmente é uma fase de "agitação". Entende mas não interioriza as regras e por isso tem dificuldade em aceitá-las. Os pais precisam ter paciência para repetir "regras", "comandos" e "limites" muitas vezes.
Egocentrismo continua, tem necessidade de mostrar as conquistas e procura chamar atenção para si.
Críticas não são bem vindas, normalmente a criança reage mal a estas. Bastante comum nesta fase surgirem diagnósticos de hiperatividade, déficit de atenção, dificuldade de concentração, uma vez que a energia da criança está muito voltada a expansividade motora, interna e externa. INQUIETAÇÃO.
A criança ainda não tem a capacidade de organizar-se internamente antes de se expressar, age e fala espontaneamente (sem pensar).
Fazem muitas perguntas que parecem não ter sentido e muitas vezes são evasivas em suas respostas, parecendo cansativa e desinteressada em relação ao outro.
MEDO é uma queixa frequente, uma vez que está buscando elaborar conexões de seu mundo interno e externo.
Na escola é comum perder o foco na atividade proposta uma vez que achar algo mais interessante.
Elabora o conceito de 1, 2 e muitos. Entende uma frase, um comando, uma proposta mas não tem capacidade de analisar as palavras (capta a ideia, e reproduz conforme entendeu).
Jogos ao ar livre, corridas, ritmo, música, movimento são preferências desta fase.
Habilidade para trabalhos manuais parece desinteressante e tem ímpeto de destruir ou derrubar coisas que construiu. Desenhar e pintar sem muitos limites pode ser divertido, com limites já pode soar cansativo.
Normalmente demonstra interesse por jogos mais complexos, mas não gosta de perder.
Muito importante o "modelo”dos pais, pois é uma fase de muita observação e pouca compreensão e interesse no diálogo.
Dica: Ficar na altura da criança quando fala com ela, motivar seu interesse e falar claramente o que espera dela é fundamental! Experimente perguntar logo após a fala se ela entendeu e peça para que repita do jeito entendido, isso costuma ajudar muito na comunicação.
Motive a criança, ajude-a a observar o mundo ao seu redor, a natureza, o clima, as mudanças de estação, os dias da semana, as fases da lua, tudo isso somará em seu conhecimento.
Para os pais: Paciência, bom humor, dar o exemplo (mais que palavras) e ajudar a criança a entender seus sentimentos traduzindo o que for percebido!
dos 5 aos 6 anos:
Começa a mostrar interesse e entendimento pela rotina familiar. Seus pensamentos já permitem que ela entenda e procure pensar antes de falar. Gosta de assumir responsabilidades e adota uma postura mais séria, responsável e independente.
Muito observadora, procura "modelos" e imita com frequência.
Gosta de fazer as coisas do seu jeito, mas interessa-se em agradar o adulto e fazer as coisas de acordo com o esperado.
A fase de fantasia e histórias fantásticas continua, porém começa a entender o que é real e o que é imaginário.
Contar os sonhos pode ser comum e mostra-se interessada por eles, a fala durante o sono também é comum.
Entende melhor o conceito de obediência, mas nem sempre obedece.
Realista, Imediatista. Procura imitar o comportamento dos adultos, para sua socialização uma imitação/identificação adequada ajuda neste processo.
No que diz respeito a escola, já mantém concentração mais estável durante as aulas, usando sua concentração e imaginação para pintar, desenhar, criar... Gosta de mostrar aos adultos seus feitos, e estes devem ser devidamente elogiados.
Consegue desenvolver mais atividades sem tanta necessidade de auxílio.
Normalmente não se mostra comunicativa sobre os detalhes de sua vida escolar.
Realiza tranquilamente atividades simples desde que bem explicadas. Importante oferecer os materiais necessários e deixar que trabalhe sozinha, treinando assim sua autonomia e independência.
Leitura, escrita, números e jogos fazem parte de seu foco de interesse.
Inicio de uma cooperação coletiva.
Este é o momento de incluir a criança no que diz respeito às suas responsabilidades, pequenas ajudas em casa podem ser um bom início para a compreensão da colaboração e da vida em família.
Estimular sempre o bom humor e a conversa sobre qualquer assunto sendo sincero e explicativo nas respostas. Bom momento para iniciação musical pois normalmente demonstram interesse por ritmos e música.
Neste momento a figura materna de aprovação, acolhimento e carinho é fundamental, o centro de seu universo. A imagem da mãe ajudará muito em sua formação e educação.
Fique atento as características individuais da criança para que os estímulos oferecidos sejam os mais adequados possíveis para o desenvolvimento de suas aptidões, habilidades, potencialidades.
Estimule atividades esportivas de interesse da criança.
Ensine a concentração, estimulando que esta mantenha-se atenta a determinada atividade por um certo período de tempo, sem distrações. Ler histórias para criança é um excelente exercício tanto cognitivo como emocional.
Apoie, oriente, respeite, elogie, participe... a criança que se sente segura e tem modelos sólidos saberá enfrentar dificuldades com mais tranquilidade futuramente.
dos 6 aos 7 anos:
Idade escolar! Um novo mundo ao alcance da criança, o MUNDO DAS LETRAS, com a capacidade da leitura tudo passa a ter um novo sentido.
Início da fase do Pensamento Operacional Concreto (segundo Piaget), onde classificar, contar, manusear, seriar, fazer sequências, jogos de adivinhação, trabalhar hipóteses, parlendas e piadas são muito importantes e despertam a curiosidade e o interesse da criança em atividades.
A motricidade já deve estar firme em todos os sentidos e estando segura a criança diverte-se em jogos, brincadeiras, desenhos, tintas, texturas, recortes... Dança e atividades esportivas do interesse da criança facilitam o desenvolvimento psicomotor.
Jogos de memória despertam interesse, assim como letras e palavras, a integração e coordenação visio-motora são atividades complexas e necessárias.
Entende regras mas tenta desafiá-las, muito notório no campo de jogos e brincadeiras, demonstra dificuldade em perder porém aceita a culpa com mais facilidade e desejando aprovação e aceitação sabe desculpar-se quando entende a necessidade.
O interesse pela sexualidade adormece e a criança se mostra pronta para aprender de uma forma mais intelectualizada a socialização.
Nesta fase o diálogo e as explicações devem ser mais consistentes. A criança continua muito criativa, questionadora, compreende noção de tempo e espaço, e busca uma independência física, psicológica e ideológica, construindo suas verdades e buscando confrontá-las. Adapta o pensamento mágico a realidade (começa a questionar figuras como Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do Dente, etc.)
Os adultos passam a ser menos necessários, aparecem mudanças de comportamento e personalidade devido a novas influências (bom momento para abrir fronteiras familiares).
A competição, atividades em grupo, compreensão de rotina, limites, regras (rígidas e flexíveis) organizam o mundo interno da criança.
Ainda mostra-se Egocêntrica em muitos momentos porém mais flexível. Muitas vezes pode mostrar-se dominadora, obstinada, desafiadora e até agressiva quando contrariada.
Decidir pode ser difícil, gosta de ter muitas coisas, muitos interesses mas ainda não faz sentido "cuidar" das mesmas. Mostra desejo e interesse por brinquedos de outros colegas o que muitas vezes é motivo de brigas.
Começa a fazer sentido seu mundo familiar e seu mundo escolar e busca a adaptação dos mesmos.
Passa a conhecer suas características, personalidade, aproxima-se de iguais ou colegas interessantes, construindo sua autoestima e autoimagem.
Agitação, irritabilidade, são comuns, devem ser entendidas e ter um canal para extravasar como um esporte ou atividade lúdica.
Tem interesse por histórias exageradas.
Deseja ser importante, destaque, querida, chamar a atenção. Neste sentido os pais podem estimular muito o que julgam bom comportamento, pois as crianças passam a ter uma noção mais real de bom e mau e preocupam-se com o julgamento dos pais.
Normalmente dominante ao que julga ser seu e tem pouca tolerância as críticas.
Procura agradar o(a) professor (a), este vínculo é muito importante pelo interesse na escola e suas atividades.
Associar atividades usuais, experiências diárias ao aprendizado na escola favorece o interesse pelo estudo.
domingo, 11 de março de 2012
Calvin e Haroldo... fantásticos!!!
Ando apaixonada pelo Calvin, deve ser pelo fato dos meus meninos estarem exatamente nesta fase... Me encanto, me divirto, me assusto... Tanta sensibilidade, curiosidade, cosntrução de sentimentos, valores, crenças, narrativas... que fase mais linda, tão intuitiva, tão imaginativa, criativa, tanto retorno, tanto diálogo... Enfim...
Para que não está familiarizado com Calvin, ele é um garoto de seis anos de idade, com imaginação fértil, e Hobbes, seu tigre de pelúcia com nome de filósofo inglês que foi rebatizado como Haroldo aqui no Brasil... (criado por Bill Watterson entre 1985 a 1995)
De todas as "historinhas" do Calvin, essa considero uma das mais sensíveis... emocionante as reflexões, a importância da relação com Haroldo, a elaboração de sentimentos...
Não é a "coisica"mas fofa desse mundo?! Olha quanta sensibilidade!!! Para mim é o pequeno príncipe moderno...
Haroldo, querido objeto transicional de Clavin, está ali presente ajudando o pequeno garoto a entender questões adultas. Teoricamente o Objeto transicional representa algo que não está definitivamente nem dentro nem fora da criança; tem a função de permitir que o sujeito possa experimentar essas situações, e ir demarcando seus próprios limites mentais em relação ao externo e ao interno...
segunda-feira, 5 de março de 2012
"As provas da psicanálise demonstram que quase toda relação emocional íntima entre duas pessoas que perdura por certo tempo — casamento, amizade, as relações entre pais e filhos — contém um sedimento de sentimentos de aversão e hostilidade, o qual só escapa à percepção em consequência da repressão...
Nas antipatias e aversões indisfarçadas que as pessoas sentem por estranhos com quem têm de tratar, podemos identificar a expressão do amor a si mesmo, do narcisismo. Esse amor a si mesmo trabalha para a preservação do indivíduo e comporta-se como se a ocorrência de qualquer divergência das suas próprias linhas específicas de desenvolvimento envolvesse uma crítica delas e uma exigência da sua alteração." (S.Freud)
Achei bárbaro, ou seja, não é que eu não goste de você... é que simplismente eu me amo mais... ou me preservo mais... entendeu? E eu que me achava crítica e intolerante... que nada, narcisista não fica mais tolerável?!
Pensei sobre tudo isso pois assisti ao filme: Um Método Perigoso (A Dangerous Method), o filme é baseado na peça The Talking Cure, que fala sobre o surgimento da psicanálise e da amizade entre Freud e Jung, além de sua relação com Sabina Spielrein, ex-paciente de Jung que vem a se tornar um nome reconhecido na psicanálise... Também interessantes são os diálogos reflexivos entre Freud e Jung, inicialmente tido como seu herdeiro mas que com o passar do tempo, devido a toda uma divergência sócio-cultural, suas diferenças de postura, interesse e comportamento mostram-se evidentes. Fato que se torna visível também no filme, assim como na literatura é o de que a abordagem freudiana era concreta demais e não se adaptava a alguns dos aspectos da psique com os quais Jung estava lidando.
Diz um ditado conhecido no meio psicanalítico, “Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.”
Eu particularmente gosto muito dos dois, mesmo não sendo nenhuma delas minha linha de trabalho, acho importantíssimo ler, conhecer, estudar e tentar entender a origem, o nascimento, os precursores do desenvolvimento da psicanálise, berço da psicologia.
Para quem se interessa pelo tema, vale o filme!
Nas antipatias e aversões indisfarçadas que as pessoas sentem por estranhos com quem têm de tratar, podemos identificar a expressão do amor a si mesmo, do narcisismo. Esse amor a si mesmo trabalha para a preservação do indivíduo e comporta-se como se a ocorrência de qualquer divergência das suas próprias linhas específicas de desenvolvimento envolvesse uma crítica delas e uma exigência da sua alteração." (S.Freud)
Achei bárbaro, ou seja, não é que eu não goste de você... é que simplismente eu me amo mais... ou me preservo mais... entendeu? E eu que me achava crítica e intolerante... que nada, narcisista não fica mais tolerável?!
Pensei sobre tudo isso pois assisti ao filme: Um Método Perigoso (A Dangerous Method), o filme é baseado na peça The Talking Cure, que fala sobre o surgimento da psicanálise e da amizade entre Freud e Jung, além de sua relação com Sabina Spielrein, ex-paciente de Jung que vem a se tornar um nome reconhecido na psicanálise... Também interessantes são os diálogos reflexivos entre Freud e Jung, inicialmente tido como seu herdeiro mas que com o passar do tempo, devido a toda uma divergência sócio-cultural, suas diferenças de postura, interesse e comportamento mostram-se evidentes. Fato que se torna visível também no filme, assim como na literatura é o de que a abordagem freudiana era concreta demais e não se adaptava a alguns dos aspectos da psique com os quais Jung estava lidando.
Diz um ditado conhecido no meio psicanalítico, “Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.”
Eu particularmente gosto muito dos dois, mesmo não sendo nenhuma delas minha linha de trabalho, acho importantíssimo ler, conhecer, estudar e tentar entender a origem, o nascimento, os precursores do desenvolvimento da psicanálise, berço da psicologia.
Para quem se interessa pelo tema, vale o filme!
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