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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vivendo e aprendendo...



Sempre me perguntei porque algumas pessoas envelhecem tão bem e outras tem tanta dificuldade em deparar-se com este fato...
Conheço tantos idosos admiráveis, sempre com histórias sábias, fala doce, voz mansa, ouvido paciente e tenho a sensação que são enciclopédias de sensibilidade e ternura... Conheço tantos outros tão duros quanto um carvalho, cheios de queixas, voz sofrida, impacientes, indisponíveis...
Sempre pensei que a história de vida era determinante entre uma postura e outra... Vidas difíceis formariam pessoas mais duras, vidas mais confortáveis, pessoas mais doces... hoje não penso assim...
Acredito que temos a possibilidade de escrever nossa própria história frente a cada fato! Sou vilão ou sou herói? Sou vítima ou algoz? Escolho ou escolhem por mim? Sou feliz ou triste? Aprendo ou reclamo? Consigo ou desisto? Duvido ou acredito? Acolho ou abandono?... Tantos fatos, tantas encruzilhadas, tantas escolhas podem determinar uma vida...

Lendo este texto, parei para refletir sobre isso... Tantos fatos acontecem em nosso dia a dia, tantas coisas podemos aproveitar para aprender, observar, mudar... A vida está cheia de acontecimentos em que não temos controle, mas sempre temos escolhas! Espero que gostem deste texto tanto quanto eu gostei!

A MENTE APAGA REGISTROS DUPLICADOS
Por Airton Luiz Mendonça
(Artigo do jornal O Estado de São Paulo)

"O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos..

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA !

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo:

M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Faça festas de noivado, casamento, bodas disso ou daquilo, bota-foras, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja diferente.

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos.. . em outras palavras... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.
E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di fE rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...

V I V A !!! "
 
Acrescentaria ainda: tolere, aceite, tente, converse, acredite...
Reflexões importantes para uma vida saudável...
não é verdade?!
Ótima reflexão então!!!

domingo, 29 de maio de 2011

Um dia Reflexivo e Feliz...

 Gostei! Por isso compartilho! Acredito em fases, onde as vezes tentativas como deste texto à seguir fazem todo sentido, outras vezes nem tanto, mas faz parte da vida, muitas vezes só a tentativa já tá valendo não?!
 
"Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém.
 Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. 
 Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem.
 Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém.
 Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também.
 Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem.
 Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem.
Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem!"
 
 
Preste atenção no ritmo da vida, em pequenas mudanças, pequenos momentos preciosos, a vida ensina o tempo todo: nunca desista! A vida não é um jogo onde ganha-se ou perde-se e sim aprende-se sempre! Procure evoluir! assim você estará atento á descobrir as pequenas belezas dos momentos. As pessoas mudam (não totalmente!),  evoluem, crescem e aprendem coisas novas (sempre!). Ninguém é totalmente bom, nem totalmente mal, treine sua tolerância, aceitação, somos todos passíveis de erros e todos nós podemos aprender muito sempre!
boa semana! boas reflexões...
 
 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Reflexões Narrativas sobre Família e pequenos prazeres da vida!

A primavera chegou cheia de encantos e aqui em casa (ou melhor apto.), trouxe as borboletas, passarinhos, flores e frutas... e também inspiração para escrever...


minha jabuticabeira, na floreira carregou...

pitanga que os meninos podem colher...
 
e o novo membro da família... o Beta, Mengo!

Ando em falta com o blog... e me sinto culpada... Tenho feito tanta coisa e tenho tanto para postar, para dividir aqui, mas lá vem a velha desculpa : - Não tenho tempo!!!! Socorro...
Bom, isso me fez refletir sobre o que ando fazendo com meu tempo... As fotos me ajudam muito nisso, pois tenho o hábito de fotografar quase tudo que considero relevante: desde um simples café da manhã, com a típica bagunça familiar, um jantarzinho mais elaborado, ou até novas e incrivelmente encantadoras descobertas dos guris...
Vou postando sobre tudo isso por aqui com calma... mas o que valeu a reflexão foi perceber que ando bastante disponível para os assuntos aqui de casa, e isso me deixa bastante feliz!
Quando decidi voltar ao consultório, umas das minhas principais preocupações era sobre o tempo disponível para os meninos (os 3!), e hoje, 1 ano depois vejo que todos ficaram bem... A qualidade do tempo melhorou, não sei se pela idade dos meninos (muito mais fácil o diálogo com crianças maiores!), pelos interesses em comum (somos parecidos e atentos ao respeito pelas diferenças!), pela satisfação profissional da mãe deles... o fato é que quando estou em casa, procuro realmente estar em casa e por mais simples que isso pareça, não é fácil...
Brincar de massinha, ler livrinhos, montar castelinhos, desenhar e pintar (eles nem gostam muito!), fantasias, joguinhos, filmes, são "passatempos" gostosos de fazer com eles...
Ir ao supermercado, só quando eles estão dispostos a ajudar (caso contrário vira um estresse e esta é uma tarefa que pode ser poupada da presença deles)...
Passeios ao clube, casa dos avós, aulinhas extras são momentos divertidos onde mesmo no carro o diálogo acontece de uma maneira bem engraçada e me ajuda a perceber onde essas criaturinhas estão realmente...
Não deve ser fácil ser filho de psicóloga (que observa e reflete o tempo todo), nem de fotógrafa (que anda no mínimo com uma pequena câmera na bolsa...), mas pode ser divertido!
As famílias deveriam ter mais tempo para si... Tempo para nada, só para curtir o simples fato de estar em família... pois é isso que fica, não? Pense: quais suas lembranças de infância? As melhores não envolvem encontros familiares ou com pessoas que você gostava para simplismente "passar o tempo"? Brincar com primos, com amigos, casa de avós, vizinhos, brincadeiras na rua...
Me lembrei do livro/filme : Comer, Rezar, Amar : Dolce far niente, traduzido como: doce fazer nada, isto é, o ócio prazeroso e relaxante... as familias deveriam ter mais esse prazer...
Ficar na rede com as crianças me dá uma sensação de plenitude (confesso que principalmente quando eles estão calmos e quietos... caso contrário nem consigo refletir...rs...), Preparar qualquer refeição com capricho e com calma, prestar atenção e agradecer pela vida, por ela ser perfeita com é e me ensinar exatamente o que preciso aprender...
Amei o livro e curti muito o filme, mas cada um de nós pode fazer esta "viagem", um mergulho interior, sem ir tão longe... pare para observar, reflita, descubra seu ritmo, seu espaço, sua forma de viver...
Em toda essa "reflexão" sei que fico em dívida com minhas amigas, pois para isso realmente não sobra muito tempo... me desculpem! Minha vida social se resume a sexta e/ou sábado a noite, essa é quase uma regra... o resto do tempo livre eu divido em trabalho, descanso e familia! Os que tem filhos/família me entendem, os que ainda não tem quando tiverem vão entender... Felizmente, atualmente estar em família (grande ou pequena) é um dos meus grandes prazeres...

domingo, 17 de outubro de 2010

Mudanças, Ciclos de Vida...

Um dos maiores aprendizados teóricos/vivenciais deste ano foi este curso que fiz no Anahata, aqui em Blumenau...
muitas vezes me pego refletindo sobre as mudanças de ciclos da vida e este foi um dos estudos mais objetivos e completos que eu tive contato...
A cada 7 anos, todos nós passamos por mudanças significativas... vale a pena refletir sobre isso, observar, estar atento ao que a vida nos reserva, em que momento nós estamos e como foram as fases passadas...
Aos interessados recomendo muito este curso reflexivo e terapêutico...
Deixo aqui o "esquema biográfico" para que cada um encontre a sua "fase"... (clicando na figura fica mais fácil vizualizar...)

sábado, 3 de abril de 2010

Sobre vida e... Filtro Solar...

Tá, eu sei... o texto é bem batidinho... todo mundo já conhece... mas não deixa de ser ótimo certo?
Sabe aquele texto que a gente nunca cansa de ler...
então... esse é assim... sempre uma boa mensagem... sempre alguma coisa pra rever, para aprender ou ao menos considerar...
Eu adoro... sempre acreditei no filtro solar... kkkk... por isso posto aqui!



O Filtro Solar: (assista o vídeo)

"Nunca deixem de usar filtro solar.
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: use filtro solar. Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência. Já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês...
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou então, esquece. Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito que você nem desconfia hoje em dia quantas, tantas alternativas se escancaravam à sua frente. E como você realmente estava com "tudo em cima". Você não está gordo, ou gorda.
Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que "pré-ocupação" é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, que te pegam no ponto fraco às quatro da tarde de uma terça-feira.
Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros, não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja. Às vezes, se está por cima; às vezes, por baixo... A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.
Não esqueça os elegios que receber, esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que conheço não sabiam aos 22 o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos: você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos 40, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante. Faça o que fizer, não se auto-congratule demais e nem seja severo demais com você. As suas escolhas têm sempre metade das chances de dar certo. É assim para todo mundo.
Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder mesmo. Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance... Mesmo que não tenha onde, além de seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.
Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez. Seja legal com os seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e, possivelmente, quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que amigos vão e vêm. Mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e destinos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.
More uma vez em Nova Iorque, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
 Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos são todos mulherengos, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos.
Não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada, talvez case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois pode, de repente, desaparecer.
Não mexa demais nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado da lata do lixo, limpa-lo, repintar as partes feias e  reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale.
Mas no filtro solar, acredite!"

Sobre o exercício da mudança...

Mude!!! (assista o vídeo)

"Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra
padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"
(Edson Marques)

Páscoa, passagem, mudanças, morte e renascimento... tranformações...
Que cada um tenha seu momento de introspecção, de reflexão para elaborar tudo isso...
Que todos tenham uma ótima Páscoa...

terça-feira, 16 de março de 2010

Sobre Vontades e Mudanças...






Por que não me mudo pra Bahia?

Há dois tipos de férias. O primeiro é quando o cavalo cansado, magro, castrado, vai para uma campina verde, sem ninguém que lhe dê ordens, sem hora pra levantar, sem nada pra fazer, é só vadiar, pastar, descansar, correr, dormir, fazer o que lhe der na telha! Que felicidade! Bom seria que a vida toda fosse assim! Mas o tempo corre rápido. Passadas duas semanas, descansado e gordo, é hora de voltar para onde estava antes, para o cabresto, a cerca, o arreio, a carroça, as esporas e o chicote, para isso que se chama “realidade”. É hora de retomar o trabalho no lugar onde ele o havia deixado. Ah! Todo cavalo precisa de férias para agüentar mais um ano de trabalho duro… Descansar para trabalhar! As empresas sabem disso. Se dão férias para os seus cavalos não é porque os amem em liberdade. É porque precisam deles na sua volta, revigorados e trabalhadores, agradecidos à empresa que lhes dá férias. E há mesmo os cavalos que, ao final das férias, começam a sentir saudades do arreio e da carroça, querem voltar, porque se cansam da liberdade. Todo mundo diz que quer liberdade. É mentira. A liberdade traz muita confusão à cabeça. Melhores são as rotinas que nos livram da maçada de ter que tomar decisões sobre o que fazer com a liberdade. Quem tem rotinas não precisa tomar decisões. A vida já está decidida. O cavaleiro nem precisa puxar a rédea: o cavalo sabe o caminho a seguir.
O segundo tipo é quando as férias produzem uma perturbação não esperada na cabeça do cavalo. Aqueles campos verdes sem cercas começam a mexer lá no fundo da sua alma, justo no lugar onde estava enterrado o cavalo selvagem que ele fora um dia, antes do cabresto, do arreio e da castração. E aí um milagre acontece: o cavalo selvagem morto ressuscita, se apossa do corpo do cavalo doméstico que vira outro, e até reaprende as esquecidas artes de relinchar, de empinar, de saltar cercas, de disparar a galope pela pura alegria de correr, imaginando-se um ser alado, Pégaso, voando pelas pastagens azuis do céu e pulando sobre as nuvens… É tão bom… E, de repente, deitado sob uma árvore, ele se lembra de que está chegando a hora de voltar… Mas ele não quer voltar. Quer ficar. Surgem então, na sua cabeça, perguntas que nunca fizera: “Por que é que eu volto sempre? Será mesmo preciso voltar? Estou condenado ao cabresto, arreio e castração? É isso que é a vida? Por que voltar se não quero? Volto porque é preciso? Mas será preciso mesmo? Minha vida não pode ser diferente?”
Essas idéias malucas só acontecem quando o cavalo está só com os seus pensamentos. Férias em solidão são perigosas. É por isso que muitas empresas fazem colônias de férias para os seus empregados. Para que não fiquem sozinhos. Para que não pensem pensamentos doidos. Juntos, eles pensam os pensamentos que todos pensam. Pensamentos normais. Os de sempre. O mesmo. Sobre o que conversam os cavalos domésticos nas colônias de férias? Eles conversam sobre cabrestos, arreios, carroças, cavaleiros, carroceiros… E assim, os cavalos selvagens continuam enterrados…
Eu quero me mudar para a Bahia. Eu posso me mudar para a Bahia. Mas não vou me mudar para a Bahia. Cavalo doméstico, voltei e vou ficar onde estou, onde sempre estive, pensando e escrevendo que quero me mudar para a Bahia mas não vou me mudar para a Bahia. A Bahia soltou meu cavalo selvagem… Uma Bahia diferente, sem axé, sem atabaques, sem berimbau, sem capoeira, sem acarajé, sem som eletrônico, sem “o que é que a baiana tem?”, sem vatapá… Uma Bahia anterior à Bahia, uma Bahia muito antiga que está se perdendo na espuma do mar, uma Bahia que me leva ao início do mundo. Foi essa Bahia que viu Sophia de Mello Breyner Andresen, maravilhosa poetisa portuguesa, Bahia virgem, Bahia dos descobridores: Um oceano de músculos verdes, um ídolo de muitos braços como um polvo, caos incorruptível que irrompe e um tumulto ordenado, bailarino retorcido em redor dos navios esticados. O mar tornou-se de repente muito novo e muito antigo para mostrar as praias e um povo de homens recém-criados ainda cor de barro, ainda nus ainda deslumbrados…
Não, não se trata de praia. Praia é Guarujá, Ipanema, Porto Seguro, Cabo Frio, Camboriú, formigação humana, agito. Nessas praias o barulho não permite que se ouça nem a música do mar e nem a música do vento que balança as folhas dos coqueiros. Uma amiga, voltando de férias em Porto Seguro, disse-me que o barulho das batucadas era tal que ela teve de viajar quarenta quilômetros para ouvir o mar. Faz muitos anos viajei setecentos quilômetros até Cabo Frio. Quando cheguei à praia, na ilusão do silêncio, fui agredido pelo som infernal que saía de uma barraca. Imagino que chegará um tempo em que todas as praias terão sido estupradas pela insensibilidade humana.
Foi na praia de Mangue Seco, aquela da Tieta do agreste, a mais linda que já vi, areias brancas alisadas pelo mar imenso, mar sem fim, azul, verde e branco. Meu filho Sérgio tinha três anos quando viu o mar pela primeira vez. Em silêncio ficou a contemplar o mar, as ondas se quebrando sem cessar. E me perguntou: O que é que o mar faz quando a gente vai dormir? Era-lhe incompreensível a eternidade do mar. Também me espanto e me pergunto, sem resposta: Há quanto tempo o mar se quebra alisando a areia? O mar, a praia, as conchas, o céu, os peixes invisíveis nas profundezas, as gaivotas em vôo me falam da eternidade. Senti-me retornado ao início do mundo: Foi, desde sempre, o mar… Até as marcas dos pés, coisas do tempo, haviam sido apagadas pelo vento e pelas ondas. Solidão, solidão robusta, solidão para todos os lados, uma ausência humana que se opõe ao mesquinho formigar do mundo… (Cecília Meireles). Senti o que sentia Murilo Mendes: O minúsculo animal que sou acha-se inserido no corpo do enorme Animal que é o universo. Universo, Animal enorme que me faz viver… Que mais bela experiência mística posso desejar? Eu e o universo em silenciosa harmonia… Que milagre ou aparição de Virgem pode se comparar a esse sentimento? Eu, infinitamente pequeno, grão de areia e, ao mesmo tempo, infinitamente grande, bebendo o universo com meus olhos…
Quero me mudar para a Bahia. Mas sei que não vou me mudar para a Bahia. E não importa que seja a Bahia. As montanhas de Minas com suas matas e cachoeiras, o mar em cima, porque o mar de Minas não é o mar. O mar de Minas é o céu, prô mundo olhar pra cima e navegar sem nunca ter um porto onde chegar… – também as montanhas de Minas são parte do enorme Animal que é o universo… Quem sabe Passárgada? Ou Maracangalha…
Todo mundo tem nostalgia por um outro lugar. Todo mundo gostaria de se mudar para um outro lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar. Talvez por saberem que a Bahia, como Passárgada, não existe. Ela é um sonho que encanta, que acorda o cavalo selvagem desembestado pelas planícies do infinito. Mas a duração é curta porque a Bahia só existe no efêmero tempo das férias, dentro de uma bolha encantada de eternidade. Quando se volta lá, à procura, descobre-se que a bolha estourou e a Bahia mudou… Para onde terá ido? O triste é que o sonho acaba mas o cavalo selvagem que o sonho acordou continua vivo. Quer galopar, relinchar, saltar… Mas não tem jeito. No mundo real os cavalos andam devagar, em círculos, sempre o mesmo caminho, fazendo girar a mó. E enquanto andam, sonham que querem se mudar para a Bahia…
Sobra a memória: as lavadeiras alegremente lavando roupas dentro de riachos de água límpida; sobra o brilho do sol da tarde refletido na água espraiada na areia; sobram os divertidos caranguejos assustados correndo de lado com seus olhos-periscópios esticados…; sobra a imensidão do mar; sobra a imensidão das praias; sobram o azul; o branco; o verde; sobra o silêncio das vozes dos homens; sobra o céu estrelado; sobram os coqueirais, a água de coco…; sobra a sensação de se estar em paz com a vida. Disse a Adélia: Aquilo que a memória amou fica eterno. Talvez eu não precise me mudar para a Bahia porque ela sobrou dentro de mim…


É ou não é uma cooooisa esse Rubem Alves??
Esse texto também me lembra aquela música do U2 - Who's Gonna Ride Your Wild Horses ...
Cavalos Selvagens... Quem vai montar seus cavalos selvagens?
Cavalos selvagens correm soltos, em bando, parece uma dança, parecem voar sob o chão...tão livres...tão instintivo...tão primitivo...
mas ai voltamos a nossa realidade "domesticada"...não necessariamente ruim, muitas vezes necessária...
O que vale é viver o sonho, ir e voltar, ter um lugar de sonho e sossego, poder respirar a calmaria em meio a tempestade...encontrar este lugar (interno ou externo) não é simples mas muito importante...é um lugar onde os olhos brilham mais, onde a mente se acalma, onde o coração fica tranquilo, onde corpo e alma respiram paz...e é um lugar que precisa e merece ser cultivado e visitado com frequência, para o bem estar, para o bem viver...

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