sexta-feira, 6 de maio de 2016

Psicoterapia para que?


Muitas vezes me deparo na prática do consultório com casos onde o paciente faz uso de antidepressivos ou algum tipo de estabilizador de humor. Sinto que esta é uma questão bastante delicada a se abordar, pois pessoalmente evito ao máximo o uso de qualquer tipo de medicação (por inúmeros motivos) e procuro trazer a reflexão sobre os sintomas, a função da medicação, a necessidade real do uso, a atenção ao próprio corpo e as próprias emoções, etc.

Há poucos dias me deparei com um artigo, compartilhado em rede social por uma colega, que me fez refletir. De uma forma bastante sucinta a autora coloca a importância fundamental da psicoterapia associada ao uso da medicação.


Compartilho aqui pois acho que sempre vale o olhar sobre este assunto:


Os estudos mais recentes vêm mostrando que os antidepressivos restauram a capacidade de determinadas áreas do cérebro a fim de contornar rotas neurais cujo funcionamento não está normal, mas essa mudança só trará benefícios se acompanhada de uma mudança do paciente – mudança esta obtida através da psicoterapia.

Essa mudança no “hardware” do cérebro só trará benefícios se houver uma mudança no “software” – o comportamento do paciente – algo que não é suprido pelos antidepressivos, só podendo ser alcançado mediante a psicoterapia ou terapias de reabilitação.


O alerta está sendo feito pelo neurocientista Eero Castrén, da Universidade de Helsinque (Finlândia).
Milhões de pessoas em todo o mundo tomam antidepressivos seguindo receitas de seus médicos, e as empresas farmacêuticas têm faturado bilhões de dólares vendendo essas drogas. 

Os antidepressivos reabrem uma janela da plasticidade cerebral, que permite a formação e a adaptação de conexões cerebrais através de atividades específicas e observações do próprio paciente, de forma semelhante a uma criança cujo cérebro se desenvolve em resposta a estímulos ambientais. Quando a plasticidade cerebral é reaberta, problemas causados por “falsas conexões” no cérebro podem ser tratadas – por exemplo, fobias, ansiedade, depressão etc.

Pesquisas em modelos animais demonstram que os antidepressivos não são uma cura por si só; Em vez disso, o seu papel é o de restaurar a plasticidade no cérebro adulto.


A equipe do Dr. Castrén mostrou que os antidepressivos sozinhos não surtem efeitos para esses problemas. Quando antidepressivos e psicoterapia são combinados, por outro lado, obtém-se resultados de longa duração.

“Simplesmente tomar antidepressivos não é o bastante. Nós precisamos também mostrar ao cérebro quais são as conexões desejadas,” disse o pesquisador.
 
A necessidade de terapia em conjunto ao tratamento medicamentoso também pode explicar porque os antidepressivos às vezes não têm efeito.

Se o ambiente e a situação do paciente permanecerem inalterados, a droga não tem capacidade para induzir mudanças no cérebro, e o paciente não se sente melhor.

(Autor: Debora Oliveira )

(Fonte: deboraoliveirapsicologa.blogspot.com.br )

Leia mais: http://www.fasdapsicanalise.com.br/antidepressivos-sem-terapia-nao-tem-efeito-aponta-pesquisa/#ixzz47c69n8q2

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