terça-feira, 6 de abril de 2010

Sobre... Lavanda, Provence e Aromas


Hoje conheci a aromaterapia como cliente...
Explico...
Sou apaixonada pela aromaterapia, desde sempre eu acho! desde sempre, porque tenho lembranças na minha infância de procurar e prestar atenção ao cheiro das flores... minha mãe sabia estimular isso... me ensinava o nome de flores, plantas, arbustos... quando pequena ficava a "descascar" a arvore de eucalipto e sentindo o cheiro da casca, das folhas... cheiros cítricos, doces, suaves, sutis... tínhamos a "brincadeira" de adivinhar qual era a planta pelo cheiro de sua folha ou flor... uma graça né? brincadeira de criança que procuro ensinar aos meus meninos...
Acredito que para o cérebro infantil uma explosão de descobertas e formação de uma memória olfativa aconteciam a cada segundo...  pra mim uma diversão sem igual...
Esse hábito me acompanha... Presto muita atenção aos aromas... Guardo lembranças incríveis, viajo com os aromas...  lembro de pessoas, lembro de lugares, lembro dos momentos exatos com muitos detalhes... (com a música consigo sensações parecidas...)
Bom, hoje tive o prazer de rever uma pessoa incrível, chama-se Claudia Obenaus e é aromaterapeuta aqui em Blumenau... faz tempo que ensaiava uma consulta com ela, mas por diversas razões não acontecia... Talvez eu não estivesse pronta... ou precisasse experimentar empiricamente... bom... foi o que aconteceu mesmo... fui lendo, experimentando, prestando atenção sempre que me deparava com uma essência e o que ela despertava em mim e em pessoas próximas... assim fui aprendendo e descobri a mágica da Lavanda...
Engraçado como ela sempre esteve presente na minha vida... desde aquelas Lavandas para bebês, que durante minha infância e adolescência eram meu perfume favorito... sabonetes, sachês  até descobrir as essências mais concentradas, difusores para ambientes... e os perfumes da L'OCCITANE lavanda, lavanda, lavanda... creminhos, sabonetes, perfumes, velas... enlouqueço total tá?! é verdade...
Bom... mas o efeito dela é o mais maravilhoso... ela é calmante... para minha constante inquietude um santo remédio... e tem um perfume que me deixa de bom humor... um cheiro de casa limpinha, de colo, de força para mudanças de corpo, de alma... para mim, a massagem associada ao aroma de Lavanda  traz uma sensação de bem estar que é algo indescritível...
Sentia tudo isso antes de saber seu significado, simplismente sentia... simplismente? Sutilmente, espiritualmente, energeticamente... vai saber?! O fato é que é real... hoje conversando com a Cláudia vi o quanto...
Ela tem tanto conhecimento... e tanta humildade, tranquilidade, calma, paz... nossa conversa foi tão boa... me trouxe informações e mais vontade de aprender, de ler, estudar, viajar...
O fato é que hoje minha casa esta perfumada pela lavanda... sutilmente perfumada... e já posso sentir assim como seu aroma a calma que ela traz... a energia é outra a sensação é muito boa...
meu pequeno diz: "que cheiro bom aqui mãe!" e o mais velho respira fundo... Todos respirando fundo... tranquilamente...
Obrigada Cláudia!

Segue o texto que ela me passou, é tão rico que sinto necessidade em dividir:



Óleo essencial de Lavanda

Nome científico: Lavandula officinalis ou Lavandula augustifolia
Palavra – chave: Tranqüilidade/calma
Origem: a Lavanda é nativa do Mediterrâneo e as espécies de melhor qualidade crescem em altitudes entre 700 e 1400 metros, na região da Provence (França).
Família: Labiadas
Qualidade: Yin e Yang
Classificação para fins de mistura: nota média
Processo de obtenção do óleo essencial de Lavanda: destilação à vapor e são necessários 200 kg da flor para obter 1 litro de óleo essencial.
Descrição da planta: são diversas as variedades de Lavanda que se cultivam para fins medicinais, o que dá margem a algumas confusões acerca dos nomes das diferentes espécies. A Lavanda “comum” ou Lavandula officinalis, a mais importante do ponto de vista medicinal, também recebe o nome de Lavandula augustifolia ou Lavandula vera. Esta é a Lavanda de aroma mais delicado, aquela que associamos à água de lavanda e aos saches usados para perfumar roupas e linhos e evitar a aproximação de traças. As espécies conhecidas como Lavandula spica têm um odor mais canforoso.
Simbologia: comunicação, equilíbrio, reguladora, harmonia.
Componentes químicos: os componentes ativos do óleo incluem os ésteres (acetatos linalílico e geranílico), geraniol, linalol, cineol, d-borneol, limoneno, 1-pineno, cariofileno, ésteres do ácido butírico e do ácido valeriânico e a cumarina.
A proporção dos diversos componentes deverá variar de lugar para lugar, dependendo do solo e das condições de cultivo das plantas, e de ano para ano de acordo com as condições de cultivo das plantas, e de ano para ano de acordo com as condições climáticas. Após um verão quente e seco, o óleo deverá apresentar uma proporção mais elevada de ésteres (calmantes) do que após um verão fraco, de sorte que a Lavanda alpina apresenta sempre uma proporção mais elevada de ésteres do que as plantas cultivadas em altitudes mais baixas.
História: a Lavanda foi o aroma preferido dos romanos em seus banhos ( a palavra vem do latim lavare). Sempre foi usada em perfumaria e cosmética e mistura bem com um grande número de óleos essenciais, acrescentando um leve aroma floral a praticamente qualquer preparado. Usada na medicina desde os tempos antigos e foi levada à Inglaterra pelos Romanos.
Dentre todos os óleos essenciais, o de Lavanda é o mais versátil, com uma gama de propriedades que vão desde a de analgésico, passando pela de antidepressivo, anti-séptico, bactericida e descongestionante, até a de hipotensor, repelente de insetos, sedativo e vermífugo. Suas propriedades podem ser mais bem resumidas nas de calmante e acima de tudo, reguladora. Talvez a mais importante propriedade do óleo de Lavanda seja sua capacidade de restaurar estados de desequilíbrio – da mente ou do corpo – para aquele quadro de equilíbrio em que a cura tem lugar. A versatilidade da planta é um reflexo da complexidade de sua estrutura química.
Propriedades medicinais: excelente óleo citofilático, ideal para tratar de queimaduras e ferimentos; em casos de queimaduras, o óleo de Lavanda deve ser aplicado puro e o mais rápido possível sobre o local queimado, aliando a dor e proporcionando um rápido efeito cicatrizante. As propriedades analgésicas, anti-sépticas e antibióticas do óleo de Lavanda também o tornam valioso no tratamento de resfriados, tosses, catarro e sinusite, bem como gripes. A forma mais eficaz de tratamento é a inalação de vapor. O vapor em si – tão quente quanto se possa suportar sem o risco de queimar a garganta – é um eficaz agente antiviral e, com o acréscimo do óleo de Lavanda, pode aliviar, descongestionar e combater as bactérias causadoras de infecções secundárias que dão origem a quadros de catarro e sinusite, depois de resfriados ou gripes. A Lavanda também é um sedativo eficaz, de modo que uma inalação com o óleo praticada imediatamente antes do indivíduo se recolher ajudará no sono, o que por si só deve contribuir para a recuperação.
Pode-se massagear um pouco de óleo de Lavanda (puro) na região da garganta a fim de aliviar uma tosse irritativa. A ação sedativa do óleo de Lavanda aliviará o incômodo, e a temperatura do corpo deverá liberar um pouco do óleo volátil no ar a ser inspirado, porção esta que irá atuar sobre a causa da tosse – a infecção do trato respiratório. Pode-se utilizar uma ou duas gotas para massagear igualmente as saliências ósseas das sobrancelhas e os lados de cada uma das narinas para ajudar a eliminar o catarro. Fazendo isso, estaremos trabalhando em importantes pontos de acupressura para catarro, além de aproveitar a ação descongestionante e bactericida do óleo de Lavanda.
Usado para massagear as têmporas, o óleo de Lavanda deverá aliviar vários tipos de dor de cabeça. Caso tal prática não seja suficiente por si só, pode-se aplicar uma compressa fria de óleo de Lavanda na testa ou na nuca.
Uma das mais importantes aplicações do óleo de Lavanda dá-se no alívio de dores musculares, seja qual for sua origem. Seu uso mais indicado é enquanto óleo de massagem, seja isoladamente ou misturado a algum outro óleo, como os de Alecrim, Bergamota ou Manjerona, pois não apenas o óleo de Lavanda tem sua ação intensificada ao ser misturado com outros óleos essenciais, como também intensifica o efeito de qualquer outro óleo com o qual venha a ser misturado.
Um banho aromático com o óleo (diluir ele em álcool ou leite ou outro óleo carreador = 1 colher de sopa para 5 gotas de óleo de Lavanda) proporcionará um grande alívio na dor muscular decorrente da prática de exercícios, do aumento da tensão, etc.
Tal prática pode ajudar a aliviar dores lombares, contando que se tenha claro que a dor efetivamente seja de origem muscular e não decorra de nenhuma irregularidade da coluna vertebral.
Os mesmos métodos podem ser adotados para aliviar dores reumáticas, ciáticas e artríticas, graças à múltipla ação do óleo de Lavanda para mitigar dores localizadas, atenuar a reação do sistema nervoso central à dor, reduzir inflamações e tonificar o organismo de maneira geral.
O óleo de Lavanda também é útil para reduzir cólicas menstruais e tratar casos de períodos inconstantes, quer utilizando-o em massagens suaves na região do baixo ventre, quer em compressas quentes.
É utilizado em duchas vaginais em casos de leucorréia, a uma concentração muito baixa – de ½ a 1% em água fervida e resfriada.
Durante o trabalho de parto, o óleo de Lavanda reduzirá a dor e intensificará as contrações, acelerando dessa forma o processo, quando utilizado para massagear a parte inferior das costas. Pode ser usado em compressas ou para massagear suavemente o abdome com o propósito de ajudar na expulsão da placenta.
O óleo de Lavanda também pode ser de grande ajuda em muitos dos pequenos contratempos da infância – cólicas, irritabilidade e infecções infantis-, contanto que se tenha claro que só as diluições muito baixas devem ser usadas. Uma quantidade mínima de óleo de Lavanda no banho de um bebê ajudará uma criança agitada a dormir. Deve-se primeiramente diluir o óleo, quer em uma pequena quantidade de óleo de amêndoas ou semente de uva, quer em algumas colherinhas de vodka, pois, dado que a água e o óleo não se misturam, o óleo essencial ficará boiando em uma fina película na superfície da água. Quando se trata de bebezinhos, há o risco de, caso apanhem um pouco de óleo não diluído nos dedos, esfregarem-no nos olhos, causando irritações e, possivelmente, danos permanentes à córnea.
A ação do óleo de Lavanda sobre o músculo do coração é ao mesmo tempo tônica e sedativa, o que o torna valioso para o tratamento de palpitações, além de ajudar a reduzir a hipertensão arterial, embora seja obviamente necessário observar também a dieta, o estilo de vida do indivíduo em questão. As massagens ou os banhos aromáticos (não muito quentes), serão a forma de uso mais recomendada.
As propriedades calmantes, anti-sépticas e antiinflamatóias do óleo de Lavanda o tornam valioso para o tratamento de diversos problemas de pele. Excelente para o tratamento de acnes, combinado com o de Tea Tree. Ele inibe as bactérias responsáveis pelas infecções epidérmicas, ao mesmo tempo em que suaviza a pele, ajudando a equilibrar a secreção excessiva de sebo, das quais se alimentam as bactérias e ajudando a reduzir eventuais cicatrizes. O óleo essencial de Lavanda é um dos que mais estimulam o desenvolvimento de células novas e saudáveis.
As propriedades da Lavanda enquanto inseticida e repelente de insetos são utilizadas há vários séculos para proteger roupas e linhos domésticos da ação de traças e outros pequenos insetos e para perfumar suavemente as roupas.
Aplicado à pele, o óleo de Lavanda ajudará a evitar que sejamos picados por mosquitos, pernilongos e outros insetos, mas, se chegarmos a ser atacados, um pouco do óleo puro, aplicado o mais rápido possível à pele, eliminará a dor da picada e ajudará a deter a irritação que se alastra e a impedir que a infecção atinja o ponto da picada.
Também se pode usar o óleo para manter os animais a salvo de pulgas e para tratar infestações de piolhos.
A Lavanda também é fungicida e é útil para tratar infecções como pés-de-atleta.
Propriedades emocionais: no plano psicológico, os efeitos da Lavanda podem ser considerados um “reflexo” de suas diversas ações físicas. Por sua natureza fundamentalmente reguladora, é de grande valia para ajudar pessoas que se encontram em um estado emocional desequilibrado – histeria, psicose maníaco-depressiva ou estados de humor flutuantes. A massagem em ambos os lados da coluna vertebral com o óleo de Lavanda pode ajudar profundamente nessas situações.
Pessoas que se sentem deprimidas e/ou ansiosas deverão beneficiar-se com o uso do óleo de Lavanda em banhos, sobretudo à noite.
A insônia é um dos estados para o qual a Lavanda é a escolha mais indicada, sejam suas causas um desconforto físico, desgaste mental, a ansiedade ou um cérebro excessivamente ativo à noite. Embora o banho aromático talvez seja o método mais indicado, algumas gotas do óleo em um lenço ou diretamente na pele, também serão muito eficazes.
Uma ou duas gotas derramadas sobre a roupa normalmente acalmará uma criança insone.
É o melhor óleo para se trabalhar o “chackra laríngeo”; excelente óleo para pessoas que necessitam falar muito e quem desenvolve o canto. Excelente para pessoas que tem medo de falar em público, medo de não ser aceito, que tem dificuldade de expressar aquilo que está no seu coração.

Fonte: Livro de Aromaterapia – Patrícia Davis (Ed. Fontes)
Cláudia Obenaus  (47) 3324-4131

Um comentário:

Marta Ferreira (Martinha) disse...

Entrei no blog sem querer para fazer uma pesquisa sobre a lavanda e me encantei com o texto.
Parabéns!!!
Muito bem escrito percebe-se na leitura uma paixão pela planta e sua história.
Me encantei.
Marta

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