Nas antipatias e aversões indisfarçadas que as pessoas sentem por estranhos com quem têm de tratar, podemos identificar a expressão do amor a si mesmo, do narcisismo. Esse amor a si mesmo trabalha para a preservação do indivíduo e comporta-se como se a ocorrência de qualquer divergência das suas próprias linhas específicas de desenvolvimento envolvesse uma crítica delas e uma exigência da sua alteração." (S.Freud)
Achei bárbaro, ou seja, não é que eu não goste de você... é que simplismente eu me amo mais... ou me preservo mais... entendeu? E eu que me achava crítica e intolerante... que nada, narcisista não fica mais tolerável?!
Pensei sobre tudo isso pois assisti ao filme: Um Método Perigoso (A Dangerous Method), o filme é baseado na peça The Talking Cure, que fala sobre o surgimento da psicanálise e da amizade entre Freud e Jung, além de sua relação com Sabina Spielrein, ex-paciente de Jung que vem a se tornar um nome reconhecido na psicanálise... Também interessantes são os diálogos reflexivos entre Freud e Jung, inicialmente tido como seu herdeiro mas que com o passar do tempo, devido a toda uma divergência sócio-cultural, suas diferenças de postura, interesse e comportamento mostram-se evidentes. Fato que se torna visível também no filme, assim como na literatura é o de que a abordagem freudiana era concreta demais e não se adaptava a alguns dos aspectos da psique com os quais Jung estava lidando.
Diz um ditado conhecido no meio psicanalítico, “Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.”
Eu particularmente gosto muito dos dois, mesmo não sendo nenhuma delas minha linha de trabalho, acho importantíssimo ler, conhecer, estudar e tentar entender a origem, o nascimento, os precursores do desenvolvimento da psicanálise, berço da psicologia.
Para quem se interessa pelo tema, vale o filme!
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