Tenho amigos queridos, sinceros, amigos de vida, de festa... Tenho amigos de alma, amigos irmãos, amigos para sempre...
Refletindo a respeito da verdadeira amizade, lembrei-me de Vinicius de Moraes, meu primeiro amor de poeta, escritor, meu primeiro contato com a literatura, música e sensibilidade...
divido aqui o texto que amo:
AMIGOS - Vinicius de Moraes (meu poetinha favorito!!!)
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem desaparecidos todos os meus amores,
mas enlouqueceria se desaparecessem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
3 comentários:
Lindo! Adoro Vinícius! Bjs
Sensacional tua postagem...tem um selinho para ti lá no meu blog...bjs Cláudia
Oi,
adorei o texto...e o blog todo!
Cheguei aqui meio por acaso e vi como temos coisas em comum..não conseguia parar de ler.
Sou psicóloga tb, amo a sistêmica tb, faço formação no Movimento tb, sou apaixonada pelos textos do Rubem Alves tb...
Parabéns pelo blog!!!
Beijos,
Francine
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